Quando a insegurança bate à porta
Um dia que sempre me causa irritação no estômago é dia de apresentação de trabalho. Seja na faculdade, seja na empresa. O corpo demonstra sinais de ansiedade em todo o período que antecede o evento. É dor de barriga, é tontura, é queda de pressão, é fraqueza nos joelhos... Aquela insegurança chata e o inconveniente medo do julgamento alheio parecem martelar na sua mente e os pensamentos negativos brotam como espinhos, dilacerando seu auto controle. Me preparo na frente do espelho e ensaio o discurso mil vezes, chega até ser robótico. Bom seria se não houvesse tanta gente, é o primeiro pensamento que surge. Peço pra alguém assistir ao meu discurso ensaiado e até então está tudo certo. Algumas correções aqui e ali e pronto! Texto na ponta da língua. Porém durante o trajeto que leva ao destino do evento, os pensamentos vem em turbilhão. Será que eu ensaiei o suficiente? Será que vão rir por eu falar tal coisa? Será que vai faltar muita gente? (Seria perfeito). A confiança despedaça por completo. Tento sorrir e repetir internamente que está tudo bem, que tá tudo guardado na cabeça. E então meu nome é chamado. O coração acelera, as mãos soam, o estômago dá looping e a garganta seca. Um tímido e rápido cumprimento e em seguida o texto saí trêmulo, apressado em chegar ao fim. Uma travada aqui outra ali e os joelhos vacilando. Finalmente concluo e as palmas são alívio. Parece que um peso sai dos ombros, mas ainda assim a insegurança se mantém firme questionando se fui bem aceita.

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