Naturalmente você
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| we heart it |
Não posso dizer que aprendi, mas posso dizer que estou aprendendo a gostar do que é naturalmente bonito. Aquilo que nos é dado desde que nascemos e que não precisamos comprar por aí, nem se matar em academias e nem muito menos passar por salas de cirurgia. Sei que não é fácil gostar de si mesma do jeitinho que somos e sei porque passei horas e horas reclamando de quase tudo em mim para os psicólogos que tive e para os amigos no chat do facebook. Tudo isso porque alguém disse que ser bonita é ser como o padrão. Venho tentando progredir no quesito auto-estima e estou conseguindo ver que tenho coisas lindas como elas são. As sardas que tanto tentei cobrir com camadas de base. A cor do cabelo e todas as mechas naturais que já quis jogar tintura em cima. O meu corpo que já tentei forçar a ser tipo Panicat porque algum idiota não me achava “gostosa”. Do meu olho meio caído, que muitos insistiam em chamar de “peixe morto”. Digo pra mim mesma e a quem estiver lendo: aprendam a gostar do que nasceu com você e do que te torna diferente. Até mesmo das marcas do seu corpo, como as estrias! Todas as “cicatrizes” têm sua história. Sempre que olho para as minhas estrias, lembro de um dia na praia em que achei que tinha arranhado a minha coxa na pedra e minha mãe, rindo muito, me disse que eram estrias querendo aparecer. Isso me incomodou durante muito tempo, queria arrancá-las dali com algum creme milagroso, laser ou qualquer outra coisa que prometesse dar um fim nas listras brancas horríveis da minha perna. Com o tempo, passei a não me incomodar mais com o fato delas estarem ali. Não seja dura demais com você mesma e não tente agradar pessoas que não merecem sua presença. É difícil, sei bem. Mas um dia quero poder me olhar no espelho, sorrir e ver que minha beleza não está condicionada a gostos que não o meu próprio.
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